Monday, March 26, 2007

Miguel Ramos teria 103 anos!!

Miguel Ramos teria 103 anos!!

Nasceu a 27 de Março de 1904 em Lisboa.

Pois, é verdade, teria 103 anos se Miguel Ramos estivesse ainda vivo.

Ao "fugir" de uma vida considerada como algo mais "dura", escolheu junto com o seu irmão mais velho (Casimiro Ramos) o caminho da música.... e que música.
O seu destino lhe reservou o Fado ... tocado com viola.

O ano 1904 foi um ano bissexto. Miguel Ramos nasceu um domingo.

Em 1904, algumas observações no mundo:
- O Benfica Sport Lisboa é fundado em fevereiro de 1904.
- Em outubro de 1904 é inaugurado o metro em Nova York.
- Nasce a 18 de Janeiro 1904 Cary Grant (actor), e a 11 de Maio Salvador Dali (pintor).
- Nos Estados Unidos de América nesse ano, uma mulher é presa por fumar na rua....
- É criado a FIFA (Fédération Internationale de Football Association) e também o penalty.
- A ópera Madame Butterfly é composto por Giacomo Puccini.
- O tenor italino Enrico Caruso, fumador (2 maços por dia) e com trinta anos de idade grava o seu primeiro disco.

Monday, March 12, 2007

Fado da Freira

Fado da Freira

O fado da Freira é um fado considerado tradicional, um acompanhamento musical para letras em sextilhas, os 3 últimos versos de cada estrofe sendo repetidos.

Declarado na Sociedade Portuguesa de Autores por Miguel Ramos, é um fado cujo autoria musical é por vezes atribuida ao seu irmão Casimiro Ramos. No entanto, o guitarrista nunca declarou este fado, sendo assim o violista Miguel Ramos o autor real do Fado da Freira, assinado por ele.

Uma das confusões desta história de autoria musical está no fado cujo o título é A Minha Neta cantado (e gravado) por Miguel Silva onde, em capa de discos e igualmente em base de dados da SPA (Sociedade Portuguesa de Autores), se encontra Casimiro Ramos como autor da música.

Depois de verificar a audição da música deste Fado da Freira A Minha Neta com as pautas deixadas na SPA de Casimiro Ramos e de seu irmão Miguel Ramos, concluiu-se que:
- a música deste fado não se encontra na pasta (na SPA) do compositor-guitarrista Casimiro Ramos;
- a música deste fado encontra-se, sim, na pasta (na SPA) do compositor-violista Miguel Ramos.

Segundo a informação de José Manuel Osório na série de cds Todos os Fados de A a Z vol7 (livrete, faixa 2), podemos ler:
"Inicialmente chamado Fado da Oliveira. Composto para a reportório do cantador Vítor Daniel. A designação Fado da Freira fica a dever-se a uma letra nele cantada , aliás, com assinalável êxito, que conta a história do amor entre uma freira e um homem vulgar. Os versos finais são notáveis e vale a pena lembrá-los: ... Mas quando uma freira absorta // Acercando-se da morte / Nessa medalha pegou / Pôs-se a gritar Deus nos valha / Não é de Cristo a medalha / É do homem que ela amou//. Vamos saber porque é que também se chama, a este fado, Fado da Oliveira. Apenas um excerto do poema que motivo tal facto: Sentei-me à sombra fagueira / de uma frondosa oliveira / posta à beira de um caminho / nem uma folha bulia / e no silêncio ouvia / murmurar muito baixinho // Foi um jovem cavador / que me pôs com todo o amor / neste chão abençoado / e já depois de criada / eu dei-lhe o cabo da enxada / e timão do seu arado//... Letra de Joaquim Frederico de Brito"

Existem outras gravações deste fado com outros títulos, alguns dos quais:
- Adeus a um amigo (cantado por Fernando maurício)
- A última tourada real em Salvaterra (cantado por Rodrigo)
- O Bairro e o poeta (cantado por Frutuoso França)
- Tudo ou nada (cantdo por João Braga)
- Fado da Freira (cantado por Joaquim Pimentel)

Wednesday, February 28, 2007

Miguel Ramos: Em casas de fado

Miguel Ramos: Em casas de fado

Miguel Ramos à viola, na Adega Machado em 1962.
(de esq. para dir.: Maria da Conceição, Marquês de Tancos,
Túlio Pereira, Cândida Ramos, Miguel Ramos à viola,
Acácio Gomes à guitarra portuguesa).
Fotografia de Miguel Ramos.
Espólio do artista (família Ramos)

Apesar de ter iniciado a sua actividade profissional tocando um reportório musical erudito (acompanhando algumas vezes o guitarrista Carmo Dias em teatros e no Conservatório Nacional no final da década de 1920), foi no âmbito do fado que teve mais oportunidades de actuação, e (podemos supor) uma recepção salarial mais adequada. Esse novo caminho deu-lhe acesso à uma faceta - que será de importante contribuição à cultura portuguesa (particularmente destacando o Fado) - a de compositor.

Grande parte das suas actuações desenvolveu-se em restaurantes de fado (área de Lisboa) entre outros: Retiro das Marialvas (com o guitarrista José Nunes durante a década de 1940), Cervejaria Luso, Café Luso (acompanhando Jaime Santos), Café dos Anjos, Olimpia Clube (entre as décadas de 30 e 40), Adega Machado (entre 1960 e 1970) onde acompanhou o guitarrista Acácio Gomes, Parreirinha de Alfama (último estabelecimento onde terá trabalhado) e Lisboa à Noite (acompanhando Fernanda Maria).

Não tendo ainda analizado a forma como Miguel Ramos interpretava e acompanhava os artistas de fado, o que se sabe é que a maioria de artistas fadistas apreciava o seu acompanhamento e, considerado referência, era admirado pelos seus colegas, violistas e guitarristas, entre os quais M. d'Assunção e J. Nunes.

Monday, February 26, 2007

Fado Alberto

Fado Alberto

O fado Alberto é uma das composições do violista de fado Miguel Ramos.
Trata-se de um acompanhamento musical de fado (considerado) tradicional, para letras de quadras em decassilabos.

Na minha opinião deve ser um dos fados mais gravado da obra deste compositor. Existem várias dezenas de gravação deste fado interpretado por vários artistas. Até eu, quando comecei a tocar guitarra portuguesa (no Museu do Fado com José Luis Nobre Costa, e António Parreira), o primeiro fado de Miguel Ramos que aprendi a tocar é justamente o Fado Alberto.

É um fado composto na tonalidade menor. Temos a estrutura harmónica de base seguinte:
I, V, V, I, [4: V, I], [3: V, I], [2: V, I], V, I

O Fado Alberto, declarada por Miguel Ramos, deu entrada à Sociedade Portuguesa de Autores em 1967, existindo já nessa altura várias gravações.
Não faço ideia de qual terá sido a primeira gravação deste fado, nem quem terá o primeiro artista cantado, gravado e qual terão sido data e editora desta primeira gravação!!

Também me pergunto o porquê do título Alberto? É nome de pessoa. Na informação de José Manuel Osório nos livros da série de cds Todos os Fados de A a Z, podemos ler que o Fado Alberto foi composto para o cantador Alberto Simões da Costa. No entanto, não posso confirmar esta informação pelo facto de ter existido dois Alberto Costa (Alberto Simões da Costa, e, Alberto Costa Lima) e haver várias confusões entre um e outro. Ambos foram artistas de fado.

Alberto Simões da Costa tem vários fados declarados na SPA (Sociedade Portuguesa de Autores) como o Fado Bragança, Fado dois tons, Fado Torres do Mondego, Adelina, Belos tempos de outrora, Fado Algarve, etc.. Apesar desta informação de obra declarada, atribua-se frequentemente a autoria desta obra à Alberto Costa Lima enquanto que este não tem nenhuma referência na SPA.
Não estou a confirmar nada, somente estou a observar factos.

O Fado Alberto terá sido composto para Alberto Costa. Mas, qual deles?
Talvez haja alguma resposta se conseguir o contacto dos familiares de ambos artistas e perguntar-lhes. Ou ainda perguntar à família de Miguel Ramos!

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Um excerto muito curto neste endereço: http://fonoteca.cm-lisboa.pt/mm/SOM/04500/04355_05.mp3

Thursday, February 1, 2007

Homenagem à Miguel Ramos (1904-1982)

Homenagem à Miguel Ramos (1904-1982)


Miguel Ramos, violista de Fado.
Fotografia de Miguel Ramos.
Espólio do artista (família Ramos)
Foto "restaurada" (02/2007)


Este blog é dedicado à carreira artística do violista e compositor de fados Miguel Ramos (1904-1982).